Significados da prática profissional em Educação Física na área da saúde

Apesar de todo o aparato legislativo, nota-se pouca inserção do profissional de EF em serviços de saúde © National Cancer Institute USA

Estudo publicado no periódico Pensar a Prática traz à tona a pouca presença do profissional da Educação Física na área da saúde e como sua atuação deve ser ressignificada

Por Alessandro Demel Lotti e Eunice Nakamura
15 de janeiro de 2021 / Curitiba (PR)

Um estudo publicado no periódico Pensar a Prática evidencia os significados da prática profissional em Educação Física (EF) na área da saúde. O artigo de Alessandro Demel Lotti e Eunice Nakamura tem como foco o estudo dos significados da prática profissional em EF a partir da premissa de que, apesar de todo o aparato legislativo, nota-se pouca inserção do profissional em serviços de saúde.

Freitas (2007) questiona o porquê de o conteúdo da profissão ser desconhecido por outras áreas da saúde, se as relações da EF com essa área são tão fortes, e por que a profissão ainda não conseguiu maior inserção nos serviços de saúde, se o discurso entre as duas atividades é tão enfatizado.

Essas indagações permanecem atuais, pois, após uma década da criação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), ainda é possível verificar a pouca presença do profissional de EF nas suas unidades. Esse fato parece revelar uma dupla fragilidade: de um lado, equipes e serviços pouco preparados para trabalhar com o profissional de EF; de outro, a própria formação da área para o trabalho em saúde e a inserção profissional no SUS ainda parecem pouco consolidadas.

Sendo assim, o trabalho realizado por Lotti e Nakamura teve como objetivo compreender e analisar os significados da prática profissional na saúde a partir da experiência dos três únicos profissionais de Educação Física atuantes no SUS na cidade de Santos (SP) em 2015. Consideraram-se na análise as noções de corpo, educação e saúde, a relação entre elas e seus desdobramentos na atuação nos serviços mencionados. Além disso, foi realizada uma pesquisa qualitativa de abordagem etnográfica.

O estudo obteve como resultado uma análise que revelou pouco conteúdo sobre saúde pública/coletiva na formação básica dos profissionais, atenuado pelas vivências cotidianas nas unidades de saúde.

Como conclusão, constatou-se, assim, que os benefícios das atividades advêm de uma prática voltada ao vínculo, à convivência e à socialização. A ressignificação das práticas desses profissionais leva à necessidade de conferir maior legitimidade ao trabalho que desenvolvem, transformando também suas identidades profissionais.

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