PUCPR torna-se referência em psicologia do esporte no Brasil

Professor doutor Gilberto Gaertner © Global Sports

A Pontifícia Universidade Católica do Paraná oferece, além da graduação e pós-graduação na área, estágios curriculares e liga estudantil.

Por Paulo Pinto / Global Sports
15 de setembro de 2024 / Curitiba, PR

Um dos temas de maior evidência nos Jogos Olímpicos Paris 2024 foi a saúde mental dos atletas. Esportistas de vários países se manifestaram a respeito e relataram suas experiências positivas com a utilização do trabalho da psicologia do esporte. Como consequência imediata, a área passou a registrar grande demanda tanto de estudantes quanto de profissionais de psicologia e de educação física.

Dentro das várias instituições de ensino de psicologia no Brasil a PUCPR ocupa hoje uma posição de destaque por oferecer a disciplina de psicologia do esporte e estágios para alunos de 9º e 10º período. Além disso oferece uma Liga de Psicologia do Esporte e uma pós-graduação em Psicologia do Esporte e Neurociências.

O professor doutor Gilberto Gaertner, responsável pela área de psicologia do esporte da instituição, salienta que a PUCPR congrega atualmente mais de 80 estudantes entre a graduação e a especialização. “Estamos fomentando a área e oferecendo a possibilidade de eles a conhecerem, estagiarem e se especializarem”, explica Gaertner.

Disciplina eletiva

Falando a respeito da disciplina de psicologia do esporte o estudante de 9º período Kenji Hirota relata que se interessa pela área de performance desde o início do curso.

Kenji Hirota, estudante do 9º período © Arquivo

“Sempre tive a paixão pelo esporte e, quando vi que haveria a disciplina eletiva, mudei a minha grade para cursá-la. Isso mudou minha visão em relação à psicologia do esporte porque pensava

que era algo clínico dentro do contexto esportivo, pelo fato de competições envolverem grande tensão. Hoje entendo que este trabalho vai além do individual e envolve o grupo todo, do staff aos jogadores. Acredito que essa área tende a crescer vertiginosamente com a avaliação positiva de diversos atletas olímpicos e que a matéria deveria ser incluída na grade curricular.

Estágio curricular

“O estágio curricular na área da psicologia do esporte tem sido enriquecedor. Já era uma área de muito interesse meu, mas os meses de estágio confirmaram ser a vertente que aspiro seguir assim que me formar”, afirma a estagiária Victoria Zampa, que cursa o 10º período.

Victoria Zampa, a estagiária que cursa o 10º período © Arquivo

“Faço estágio num time de voleibol e a vivência com os atletas e com a comissão técnica me ensina psicologia do esporte na prática e mostra como as teorias precisam ser adaptadas para cada caso específico. O processo inteiro tem sido de muito conhecimento, crescimento e extremamente enriquecedor para o meu desenvolvimento profissional e pessoal.”

Liga acadêmica de psicologia do esporte

A estudante de 10º período Eliza Dala Costa, presidente da Liga de Psicologia do Esporte (Lapse), conta que se mantém no cargo desde a fundação, em julho de 2022, tendo o professor Gilberto Gaertner como orientador docente.

“A liga tem como objetivo a disseminação de conhecimento sobre a psicologia do esporte, visto que ainda é uma disciplina pouco difundida nos cursos de psicologia em nível nacional, mal aparecendo nas grades curriculares. Assim, procuramos atuar nessa brecha ao fornecer subsídios para que acadêmicos possam ter contato com uma área em tamanha ascensão em nível mundial. devido a repercussão de casos envolvendo a saúde mental de atletas no alto rendimento”, explica Eliza.

A estudante de 10º período Eliza Dala Costa, presidente da Liga de Psicologia do Esporte (Lapse) © Arquivo

“A liga trabalha com a carência de espaço para discussão dessa área cientifica e necessidade de formar psicólogos com interesse em seguir essa trajetória”, acrescenta. “O treinamento mental tem sido ocupado, majoritariamente, por profissionais de outras áreas, justamente pela falta de formação específica e interesse dos alunos de se prepararem formalmente para atuar no esporte.”

“Dessa forma, além da busca por ocupação no treinamento esportivo, a psicologia do esporte visa a auxiliar na ampliação do senso crítico e na criação de ambientes de treinamento e competição preocupados com o indivíduo e não só com o competidor. Acreditamos que seja possível praticar esporte de alto rendimento sem debilitar psicologicamente o atleta. A prática em si não precisa ser a qualquer custo, mas estar alicerçada em valores que promovam estabilidade e crescimento do esportista.”

Especialização em psicologia do
esporte e neurociências

A pós-graduanda Lorena Winter relata a sua experiência cursando a terceira edição da especialização de psicologia do esporte e neurociências. “Estou aprendendo sobre as diversas áreas que envolvem o esporte, incluindo fisiologia, medicina e nutrição, e neurociências aplicadas ao exercício. O conteúdo vai muito além das expectativas que criei como psicóloga adentrando esse campo. As conexões criadas no curso também estão sendo muito valiosas, tanto como amizades quanto para futuros projetos.”

A pós-graduanda Lorena Winter © Arquivo

O pós-graduando Sadiomar Santos, que também cursa a terceira edição, da pós faz sua avaliação: “Sendo uma especialização conceituada e que conta com docentes com muita experiência profissional em suas áreas de atuação, o curso vem correspondendo de forma muito positiva às expectativas. A instituição disponibiliza ferramentas que facilitam a interação entre os alunos e docentes, o que contribui muito no processo de aprendizagem”.

O pós-graduando Sadiomar Santos © Arquivo

Sadiomar diz que os estudos de caso e as correlações com pesquisas atuais estão presentes em todos os módulos e o formato do curso permite a participação na discussão dos temas das disciplinas.

“Como Profissional de Educação Física sempre tive interesse na psicologia do esporte e suas interações, áreas das ciências do esporte imprescindíveis para os atletas de alto rendimento e que vêm ganhando grande importância também para praticantes de atividades esportivas de cunho recreativo. O curso é uma intensa troca de conhecimentos e aprendizado; estamos tendo uma ótima experiência.”

Para Rafael Sfreddo, psicólogo do esporte que foi aluno da especialização e hoje atua como professor, ter feito a pós-graduação em psicologia do esporte e neurociências foi muito edificante.

Rafael Sfreddo, psicólogo do esporte que foi aluno da especialização e hoje atua como professor © Arquivo

“Durante todas as aulas tivemos contato com professores que são referência em suas especialidades, podendo aprender não somente a teoria, mas também muitas coisas práticas que pude aplicar em minha vida profissional e pessoal, tanto na parte clínica quanto na esportiva. No ano seguinte à minha formação, tive uma grande surpresa quando o professor Gilberto Gaertner me chamou para ministrar uma das disciplinas desta mesma pós-graduação, a de Realidade Virtual aplicada à psicologia. Venho estudando esse tema há muito tempo, tenho investido em equipamentos e softwares de última geração, para aprimorar meu trabalho. Como egresso da pós, pude ter contato com novos alunos nestas últimas edições, o que foi muito valioso, pois pude aprender ainda mais com cada um deles”, descreve Sfreddo.

Área promissora da psicologia

Gaertner destaca que a psicologia do esporte está em plena expansão e deve consolidar-se como uma das áreas mais promissoras da psicologia nos próximos anos. Ele ressalta que a PUCPR já se posiciona como um importante centro de formação na especialidade, mas acredita que há espaço para um crescimento ainda maior.

Turma de psicologia do esporte e neurociências 2022/2023 © Arquivo

“Atualmente, estamos na vanguarda, porém, é fundamental continuar investindo em novos projetos, aprofundar a pesquisa e ampliar a oferta de disciplinas, para que possamos fortalecer ainda mais nossa atuação e diferenciação no cenário acadêmico e profissional.” Nesse sentido, ele informa que a PUCPR já está preparando a quarta edição da pós-graduação em psicologia do esporte e neurociências, com início previsto para maio de 2025, reforçando o compromisso com a excelência na formação de novos especialistas.

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