Pesquisadores utilizam ferramentas da sociologia das profissões para analisar a formação dos técnicos de artes marciais

A demanda pelos esportes de combate cresceu, mas as orientações jurídicas sobre estas atividades não acompanharam este crescimento © Nathan Dumlao / Unsplash

O trabalho foi conduzido através da utilização da técnica de levantamento bibliográfico com o método de análise de confrontação entre os paradigmas de profissão

Por Thiago Farias da Fonseca Pimenta e Alexandre Janotta Drigo
5 de janeiro de 2022 / Curitiba (PR)

Artigo publicado na revista Cenas Educacionais pelos professores doutores Tiago Pimenta e Alexandre Drigo discutem através da sociologia os dilemas e conflitos da formação de técnicos de artes marciais e sua relação com a Educação Física.

A revista Cenas Educacionais publicou recentemente o volume 4 em 202i, nesta revista o trabalho científico intitulado “O dilema da formação do técnico de artes marciais no brasil: Um olhar pela sociologia da profissão” de autoria dos professores doutores Thiago Farias da Fonseca Pimenta e Alexandre Janotta Drigo busca entender a formação de técnicos de artes marciais no país.

Os autores entendem que uma intervenção profissional se caracteriza pela ação individual através de um corpo de conhecimento coletivo. Com a regulamentação da Educação Física no Brasil acaloraram-se as discussões no campo acadêmico e jurídico no que se refere à responsabilidade da intervenção profissional nas Lutas/Artes Marciais (L/AM), bem como as competências profissionais de seus técnicos/professores. Neste sentido indaga-se: qual tipo de habilitação necessita o técnico de L/AM?

A partir deste dilema objetivou-se elucidar os termos do debate sobre a possibilidade e as condições de uma profissionalização do ofício de técnico de L/AM no Brasil.

O trabalho foi conduzido através da utilização da técnica de levantamento bibliográfico com o método de análise de confrontação entre os paradigmas de profissão. O viés analítico foi o da sociologia das profissões.

Desta forma o estudo permiti considerar que para apropriarem-se do discurso da Educação Física, os técnicos da L/AM acabaram criando um problema para si, pois tentam afirmar uma expertise que não possuem, tentando autorizar uma autonomia que não detêm e, ao mesmo tempo julgam não ser seu credencialismo, de competência do órgão que credencia a Educação Física.

O estudo ainda concluiu que o avanço no estudo das profissões e a necessidade constante de ressignificação do discurso das L/AM coloca esta prática em um espaço confuso quanto ao seu posicionamento no campo profissional, uma vez que a formação do técnico estabelecerá um caráter polarizado entre o saber da prática e dos núcleos de formação não oficiais versus o saber da formação acadêmica.

A demanda por tais modalidades cresceu, mas as orientações jurídicas sobre as mesmas não as acompanharam, gerando conflitos no que se refere ao processo de formação acadêmica e, sobretudo, à profissionalização dos técnicos de L/AM.

O artigo pode ser acessado gratuitamente na integra clicando AQUI.

Thiago Farias da Fonseca Pimenta é doutor em Ciências da Motricidade pela Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), Campus Rio Claro/SP.
Professor na Universidade Federal de Santa Maria – Brasil

Alexandre Janotta Drigo é doutor em Educação Física pela Unicamp. Campinas, SP.
Professor do Programa de Pós-graduação em Ciências da Motricidade da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), Campus Rio Claro/SP