25 de novembro de 2025
Psicólogo e professor Raphael Henrique Castanho Di Lascio, coordenador-geral do Fórum de Coordenadores © CRP-PR
Com o propósito de fortalecer a articulação entre o Conselho Regional de Psicologia do Paraná e as Instituições de Ensino Superior do Estado, o CRP-PR realizou, na manhã desta quinta-feira (27), o lançamento do Fórum de Coordenadores de Cursos de Psicologia. O encontro — realizado em formato híbrido na sede da entidade em Curitiba e transmitido pelo Google Meet — reuniu coordenadores de graduação, responsáveis técnicos de clínicas-escola e professores de ética, promovendo um espaço qualificado de diálogo entre formação acadêmica e prática profissional.
Segundo a definição institucional, o fórum é um espaço de trocas, experiências e opiniões sobre temas de interesse comum, marcado por palestras, mesas-redondas e debates. Sua organização exige planejamento prévio mínimo de três meses, dada a complexidade das agendas e a necessidade de alinhamento entre diferentes segmentos da área.

Lideranças do CRP-PR durante a abertura do Fórum de Coordenadores © CRP-PR
O evento teve início às 8h30, com credenciamento e café da manhã. Em seguida, a programação se estruturou da seguinte forma:
O primeiro palestrante do encontro foi o professor doutor Gilberto Gaertner (CRP-08/05000), presidente do CRP-PR, que destacou que o objetivo central da iniciativa é estreitar de forma consistente a relação entre o Conselho e as Instituições de Ensino Superior do Paraná. Segundo ele, construir proximidade, confiança e canais de comunicação permanentes com as IES é um passo fundamental para fortalecer a formação em Psicologia no estado.
“Temos como meta nos aproximarmos cada vez mais das IES, para estabelecermos um trabalho verdadeiramente colaborativo — uma parceria mais ostensiva, que permita ao Conselho estar presente, dialogar e promover trocas em vários níveis, desde a ética, a orientação e a pesquisa.”

Professor doutor Gilberto Gaertner, presidente do CRP-PR © CRP-PR
O presidente enfatizou que o lançamento do Fórum de Coordenadores marca o início de um movimento estruturante dentro do Conselho. Destacou, ainda, o papel do professor Raphael Di Lascio, coordenador-geral do Fórum, cuja trajetória acadêmica e experiência na área tornam a iniciativa sólida e estratégica.
“Faço um agradecimento especial ao professor Raphael Di Lascio. Conheço sua trajetória há muito tempo e sei da importância de sua contribuição para o campo acadêmico. Com a expertise que possui, tenho certeza de que realizaremos um trabalho consistente dentro dessa integração que estamos construindo.”
Gaertner também chamou atenção para uma preocupação crescente no Conselho: o volume elevado de processos éticos recebidos semanalmente. Para ele, essa realidade está diretamente relacionada às fragilidades na formação e reforça a necessidade do diálogo estruturado com as IES.
“Esse aumento nos preocupa muito. Ele tem relação direta com o processo formativo. Por isso, creio que essa aproximação serve também para qualificarmos o trabalho de orientação realizado pelo Conselho e ampliarmos o vínculo com professores que atuam na área ética — profissionais que, inclusive, poderão futuramente colaborar conosco.”

Psicóloga e conselheira Deisy Joppert, vice-presidente do CRP-PR e presidente da Comissão de Ética © CRP-PR
Na abertura, o presidente também apresentou as lideranças que atuarão diretamente no processo de integração com as instituições: Deisy Joppert, presidente da Comissão de Ética (COE), e Jéssica Tonioti, presidente da Comissão de Orientação e Fiscalização (COF). Trabalharemos de forma integrada com esses dois setores importantíssimos do Conselho, ao lado do professor Raphael.”
Gaertner antecipou ainda que a Comissão de Ética apresentará dados inéditos sobre a realidade dos processos éticos no Paraná, sistematizados pela equipe coordenada por Ângelo Horst, coordenador técnico da COE.
O presidente finalizou destacando a relevância da programação do dia, que inclui o painel ‘Marco Regulatório e a Influência nas Diretrizes Curriculares da Psicologia’, ministrado pela professora Ângela Fátima Soligo, vice-presidente da ABEP.
“Agradeço mais uma vez a presença de todos os colegas aqui e daqueles que nos acompanham no formato híbrido. Agradeço também aos nossos gerentes, Maurício Cardoso da Silva (gerente-geral), Vanelise Masquetti Valério Antoniassi (gerente técnica) e a Samuel Castro de Oliveira (assessor de Tecnologia da Informação), que tornam possível a realização deste encontro.”

Psicóloga e conselheira Jéssica Tonioti da Purificação, presidente da Comissão de Orientação e Fiscalização © CRP-PR
O encontro contou com a participação de cerca de 15 coordenadores de cursos de Psicologia de diferentes regiões do Paraná, que acompanharam o Fórum no formato híbrido. A única representante presente presencialmente foi a professora Elisa Pizzaia Goltz Kumov, coordenadora do curso de Psicologia da UNIFATEC, em Curitiba, reforçando o compromisso das IES com o diálogo e com o aprimoramento das práticas formativas.
O psicólogo e professor Raphael Henrique Castanho Di Lascio (CRP-08/00967), coordenador-geral do Fórum de Coordenadores iniciou sua fala agradecendo aos conselheiros Gilberto Gaertner, Deisy Joppert e Jéssica Tonioti pela presença e pelo apoio institucional à criação do Fórum de Coordenadores. Segundo ele, compreender a importância desse novo espaço passa, antes de tudo, por reconhecer a necessidade de aproximar de forma efetiva o Conselho das Instituições de Ensino Superior.
“Nossa ideia é construir proximidade com o Conselho, para que possamos entender as questões da profissão, fortalecer a formação e estabelecer relações de parceria. O que nós temos a ver uns com os outros? Como podemos colaborar? Como podemos nos ajudar?”
Raphael destacou que a principal preocupação de coordenadores, docentes e gestores é garantir uma formação de qualidade, alinhada às exigências éticas, técnicas e sociais da Psicologia contemporânea. O Fórum nasce com esse propósito.

Ângelo Horst, coordenador técnico da Comissão de Ética do Conselho © CRP-PR
Um ponto central de sua fala foi a explicação de que o espaço do Fórum será neutro e institucional. “Este fórum é neutro. Nenhum de nós está aqui representando a instituição onde trabalha. Não vamos falar da instituição. Vamos falar do curso de Psicologia e da formação de profissionais. Isso nos dará liberdade para perguntar, tirar dúvidas e fazer críticas. Esse será um espaço seguro para discutirmos as angústias reais que vivemos como coordenadores.”
O professor destacou que fala a partir de sua própria experiência, acumulada em mais de duas décadas de coordenação em diferentes instituições de ensino, conhecendo profundamente os desafios, pressões e culturas institucionais que marcam o cotidiano das coordenações de curso.
Na sequência, Raphael explicou que o Fórum será um espaço para debater implicações do Marco Regulatório, dificuldades enfrentadas pelas IES e desafios que hoje mobilizam coordenadores em todo o estado. “Vamos discutir o que está pegando nas exigências do Marco Regulatório, as dificuldades da elaboração de projetos pedagógicos e a montagem das novas matrizes, a organização dos BPC — tudo que estamos enfrentando neste momento.”

Professora Ângela Fátima Soligo, vice-presidente da ABEP, durante sua palestra sobre o Marco Regulatório da Psicologia © CRP-PR
O coordenador-geral reforçou que o Fórum será uma instância de diálogo técnico e cooperativo, construído em parceria direta com o CRP-PR. “Estamos criando um espaço que vai discutir, trazer e formatar ideias para que possamos ser parceiros do Conselho. Aqui estão as presidentes das comissões de Ética e de Orientação e Fiscalização, além do próprio presidente do CRP-PR. Isso mostra o tamanho da aproximação que estamos construindo.”
Raphael também anunciou a elaboração de um cronograma de reuniões regulares, compreendendo que coordenadores vivem uma rotina intensa desde o início do ano letivo. A organização prévia permitirá, segundo ele, construir pautas específicas e aprofundar a qualidade dos debates entre cursos, clínicas-escola e professores de ética.
“Precisamos nos programar. Com um cronograma definido, poderemos planejar e reunir coordenadores de cursos, responsáveis técnicos de clínicas e docentes de ética para discutir a amplitude da nossa formação. Assim, entenderemos o que está acontecendo em cada realidade e poderemos nos ajudar mutuamente.”

Vanelise Masquetti Valério Antoniassi (gerente técnica), Maurício Cardoso da Silva (gerente-geral) e Ângelo Horst, coordenador técnico da Comissão de Ética do Conselho © CRP-PR
Encerrando, Raphael reforçou que o propósito maior é elevar a qualidade da formação em Psicologia no Paraná, construindo uma rede de fortalecimento coletivo.
“Todos juntos, formamos uma rede. E uma rede forte ao lado do Conselho tem muito mais condições de lutar por questões que muitas vezes nos são impostas pelas instituições. Temos três anos de gestão pela frente para trabalharmos juntos pelo crescimento da Psicologia no Paraná.”
A psicóloga e conselheira Jéssica Tonioti da Purificação (CRP-08/23528) – Presidente da Comissão de Orientação e Fiscalização do CRP-PR), iniciou sua fala agradecendo a presença de todos e destacando o caráter simbólico de participar do Fórum ao lado de dois de seus antigos professores — Gilberto Gaertner e Raphael Di Lascio — agora como colega de profissão e integrante da gestão do Conselho.
“Não tenho como iniciar sem dizer que fui aluna dos professores Gilberto e Raphael. Estar aqui hoje, compondo o Fórum de Coordenadores como profissional e colega, tem um significado muito especial para mim.”

Mesa formada por Raphael Di Lascio, Deisy Joppert, Gilberto Gaertner e Jéssica Tonioti em momento de diálogo próximo com as coordenações presentes © CRP-PR
Jéssica ressaltou que acredita profundamente na importância da aproximação entre o CRP-PR e as Instituições de Ensino Superior, destacando que fala também a partir de sua trajetória pessoal: ainda na graduação, participou de atividades do Conselho como estudante, experiência que hoje reverbera em sua atuação como conselheira.
Segundo ela, a COF tem observado um volume considerável de dificuldades éticas que chegam ao Conselho e que, muitas vezes, estão associadas ao desconhecimento de normativas e diretrizes do Sistema Conselhos. Por isso, reforça que a aproximação com as IES é estratégica:
“A COF percebe que muitas das dificuldades éticas que chegam até nós envolvem desconhecimento sobre as normativas que regem a profissão. Essa aproximação entre ensino e Conselho é fundamental para prevenir que esses problemas ocorram.”

Elisa Pizzaia Goltz Kumov, coordenadora do curso de Psicologia da Unifatec Curitiba, única representante de IES presente presencialmente; os demais coordenadores acompanharam o encontro pelo formato híbrido © CRP-PR
Jéssica enfatizou que cada falha ética tem impacto direto na vida de alguém atendido por um profissional da Psicologia. “Cada deslize ético é, no mínimo, uma vida prejudicada por uma atuação inadequada. A nossa profissão é muito séria e tem implicações profundas na vida das pessoas que nos procuram.”
Para ela, iniciativas como o Fórum têm papel essencial na redução da incidência de faltas éticas, beneficiando tanto a sociedade quanto a formação dos profissionais.
Jéssica reforçou seu entusiasmo com a criação do espaço e disse ver os próximos anos como uma oportunidade concreta para aprofundar essa aproximação. “Acho sensacional essa iniciativa. É uma honra estar aqui. A COF estará cada vez mais próxima das instituições de ensino. Nos procurem para tirar dúvidas — e nós também iremos até vocês.”

Coordenador-geral do Fórum, Raphael Di Lascio destaca a importância da aproximação entre o CRP-PR e as IES © CRP-PR
Por fim, destacou que as instituições devem esperar uma presença ativa do Conselho ao longo dos próximos três anos, seja por meio de visitas oficiais ou convites da Comissão de Ética. “Nos veremos com frequência pelos próximos anos. Muito obrigada a todos.”
A psicóloga e conselheira Deisy Joppert, vice-presidente do CRP-PR e presidente da Comissão de Ética, iniciou sua fala contextualizando sua trajetória junto ao Conselho e destacando o papel central da COE na mediação das questões éticas que envolvem a atuação profissional no Paraná.
“Possuo uma longa história junto ao Conselho e, nesta gestão, estou presidente da Comissão de Ética. Como a Jéssica colocou muito bem, enquanto na COF chegam as dúvidas e questionamentos, na COE chegam as situações mais graves — as denúncias, que infelizmente são numerosas e, muitas vezes, bastante sérias.”

Jéssica Tonioti, presidente da COF, ressalta que a prevenção de falhas éticas começa na formação © CRP-PR
Deisy enfatizou a importância de aproximar a Comissão de Ética dos coordenadores de cursos, docentes e responsáveis técnicos, fortalecendo o diálogo sobre ética profissional na formação dos futuros psicólogos.
“Qual é o papel da COE nesse processo? Estar junto de vocês, coordenadores, pensando a ética, discutindo como transmitir esse conhecimento aos formandos e acadêmicos, refletindo sobre o que pode e deve ser aprimorado.”
A conselheira ressaltou que, além do número elevado de denúncias, preocupa também a gravidade das situações que chegam à Comissão. Destacou, entretanto, que a COE está comprometida com a construção de relações mais próximas com as IES.
“Nossos números hoje são muito altos, tanto em quantidade quanto em gravidade. Falarei um pouco mais sobre isso, mas acima de tudo quero colocar a Comissão de Ética à disposição de vocês — para dialogar, orientar e trocar ideias.”

No encontro, a presidente da Comissão de Ética, Deisy Joppert, reforça o papel da ética na formação e na atuação profissional © CRP-PR
Deisy reforçou que, embora processos específicos sejam sigilosos, a Comissão está aberta para discussões gerais, dúvidas e reflexões pedagógicas. “Sempre estaremos disponíveis para essa aproximação e para essa conversa — com coordenadores, professores de ética ou qualquer docente que deseje esclarecer dúvidas ou aprofundar reflexões.”
A programação seguiu com a apresentação de Ângelo Horst, coordenador técnico da Comissão de Ética do CRP-PR, que compartilhou um recorte de sua pesquisa de mestrado — estudo disponível para consulta pública na Universidade Federal do Paraná. A investigação, que analisou dados de denúncias éticas registradas entre 1980 e 2020, forneceu um panorama histórico robusto sobre a evolução dos processos éticos no estado e sua relação com o crescimento da categoria ao longo das últimas décadas. Ângelo exibiu gráficos, séries históricas e distribuições percentuais que ajudam a compreender tendências estruturais da atuação profissional.
Ao apresentar números que ultrapassam 600 denúncias e cerca de 550 processos ao longo das quatro décadas pesquisadas, Ângelo destacou o aumento progressivo das notificações éticas ao longo do tempo — um crescimento que, segundo ele, acompanha a expansão do número de profissionais registrados no Paraná. O pesquisador também chamou atenção para indicações preliminares de que, após a pandemia, pode ter havido novo aumento na incidência de denúncias, embora esse recorte não tenha sido contemplado no período analisado. Ele ressaltou ainda que a área clínica concentra historicamente a maior parte das denúncias, enquanto a avaliação psicológica apresenta o maior índice proporcional de penalizações, por envolver a produção de documentos escritos — prática que exige rigor técnico e normativo.

Maurício Cardoso da Silva, gerente-geral do CRP-PR, prestigiou o encontro e acompanhou a condução dos trabalhos © CRP-PR
Ângelo também apresentou dados sobre o tempo médio de formação e atuação de profissionais denunciados, a distribuição geográfica das ocorrências, diferenças entre instituições públicas e privadas e os princípios éticos mais frequentemente associados aos processos analisados. Por fim, discutiu brevemente a relevância normativa de resoluções que regeram a atuação profissional ao longo do período — como a Resolução 007/2003 (documentos psicológicos), posteriormente substituída pela Resolução 006/2019. O material completo, conforme frisado durante a apresentação, está disponível para acesso público e serve como importante referência empírica para subsidiar debates sobre formação ética e prevenção de infrações profissionais no âmbito do Sistema Conselhos.
O encerramento da programação contou com a palestra da professora Ângela Fátima Soligo, vice-presidente da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) e uma das figuras mais influentes do cenário nacional da formação em Psicologia. A convidada iniciou ressaltando a importância estratégica da parceria entre a ABEP e os Conselhos Regionais de Psicologia, destacando o papel do CRP-PR na defesa da formação qualificada e da ética profissional.
“A parceria com os Conselhos Regionais é muito importante e valiosa para nós. Agradeço profundamente o convite da diretoria do CRP-PR.”
Em seguida, apresentou brevemente sua trajetória: docente sênior da Faculdade de Educação da Unicamp, onde segue formando mestres, doutores e pós-doutores em Psicologia Educacional; e ex-docente da Universidade Estadual de Maringá (UEM), onde integrou o grupo responsável pela criação do curso de Psicologia. Soligo ressaltou, com forte carga afetiva, sua relação histórica com o Paraná e com a consolidação da formação em Psicologia no estado.
A professora então conduziu o público a um panorama histórico do Marco Regulatório da Psicologia, explicando como, desde 2016, há uma pressão deliberada do Ministério da Educação para transformar cursos da área da saúde — incluindo Psicologia — em formações mediadas por Educação a Distância (EAD). Para ela, trata-se de uma ameaça frontal à qualidade da formação profissional.
Soligo contextualizou a Psicologia como área complexa, multifacetada e inserida em diferentes políticas públicas — saúde, educação, assistência social — e lembrou que, segundo a Organização Mundial da Saúde, a profissão integra o campo da saúde. Isso, paradoxalmente, protegeu a área de retrocessos mais profundos. “Se a Psicologia não estivesse vinculada ao campo da saúde, já teríamos formação em Psicologia oferecida integralmente por EAD. Estar na saúde felizmente nos resguardou.”
A palestrante relatou que, diante do risco, profissões da saúde e a CIRHRT – Comissão Intersetorial de Recursos Humanos e Relações de Trabalho e Educação na Saúde atuaram de maneira conjunta, desde 2016, na defesa da presencialidade como eixo ético e técnico da formação. Apontou também os resultados desastrosos de experiências em EAD em outras áreas, como a enfermagem, que precisou retomar o formato exclusivamente presencial após graves prejuízos à formação dos profissionais.
Ao reconstruir marcos históricos, Soligo lembrou que a Psicologia participou ativamente da elaboração das Diretrizes Curriculares da Saúde de 2017, e que, mais recentemente, as Diretrizes Curriculares Nacionais da Psicologia de 2023 consolidaram orientações inegociáveis.
“Supervisão, estágio e práticas da Psicologia são presenciais. A Psicologia é uma profissão relacional, e não há como formar profissionais preparados para lidar com pessoas por meio de vínculos meramente virtuais.”
Com forte ênfase conceitual, a professora explicou que relações mediadas por telas carregam artificialidade, não favorecem convivência ética, não permitem a experiência da diferença e enfraquecem processos fundamentais de construção subjetiva e dialogal. Soligo também relembrou o aprendizado da pandemia, marcado por instabilidade tecnológica, acessos desiguais e baixa presença efetiva dos estudantes.
“A presencialidade é um princípio ético da nossa formação. A convivência na diferença, o diálogo, o compartilhamento de ideias e a experiência cotidiana são insubstituíveis.”
Ao final, Ângela Soligo reafirmou o compromisso da ABEP com a defesa da formação presencial, com a valorização da Psicologia como profissão regulamentada e com a proteção da sociedade diante de modelos formativos que enfraquecem a qualidade do cuidado psicológico.
Encerrando o evento, Gilberto Gaertner retomou a importância do Fórum como política permanente de aproximação entre academia e Conselho, reforçando que a gestão atual entende a formação de qualidade como prioridade absoluta. Agradeceu aos coordenadores presentes, às equipes técnicas e à diretoria, e celebrou a criação de um espaço contínuo de diálogo qualificado.
O lançamento do Fórum consolidou um importante passo para aproximar o CRP-PR das instituições formadoras e fortalecer o compromisso com uma Psicologia ética, qualificada e alinhada às necessidades da sociedade. A partir deste encontro inaugural, as reuniões do Fórum serão periódicas e abertas aos profissionais envolvidos na formação de psicólogos no Estado do Paraná.
Coordenadores de cursos, responsáveis técnicos de clínicas-escola e professores de ética interessados em participar podem se inscrever pelo formulário.
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