11 de dezembro de 2025
Neste Dia Internacional dos Direitos Humanos — celebrado ontem, 10 de dezembro, em alusão à Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), de 1948 — o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) publicou uma reflexão institucional reafirmando que o compromisso da Psicologia com essa pauta transversal é ético, técnico, político e essencial no cotidiano profissional.
Neste dia em que lembramos a importância da dignidade, da igualdade e da liberdade de existir, sem medos ou violências, precisamos reforçar também que as violações de direitos humanos são ainda a realidade de grandes grupos populacionais.
A campanha das Nações Unidas (ONU) para este dia, com o tema “O essencial de cada dia”, mostra que os direitos humanos se refletem nas questões essenciais para a vida diária: a dignidade de cada pessoa poder viver em segurança, ter acesso à alimentação adequada, moradia, direito ao descanso, educação de qualidade, um ambiente justo e livre de corrupção ou exploração das pessoas mais vulnerabilizadas socialmente, além do reconhecimento pleno da identidade e subjetividades das pessoas em seu cotidiano.
Entre os grupos mais vulnerabilizados, as mulheres sofrem com uma série de violações. No Brasil, a data corresponde ao último dia da ação denominada “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”, e neste ano coincide com a ascensão dos movimentos sociais que se manifestam nas ruas de todo o país pedindo medidas para conter o aumento de casos de feminicídio.
Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública indicam que foram registradas mais de 3 mil tentativas de feminicídio em 2025 (números parciais até outubro), sendo que, de janeiro a outubro, houve um aumento de 21,76% em relação ao mesmo período de 2024. Nestes primeiros dez meses do ano, o número de mulheres que foram mortas em crimes de feminicídio também aumentou, chegando a 1.184 vítimas. Já o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública 2025 indica que o recorte racial se impõe: 63,6% das vítimas em 2024 eram mulheres negras.
Diante deste cenário, entende-se que não estamos falando de exceções, mas de um alerta nacional. A emergência de saúde pública representada pelo feminicídio requer políticas coesas e ação coletiva coordenada pelo governo e sociedade.
O dever da Psicologia na defesa dos direitos humanos
A Psicologia tem uma posição essencial e inegociável na defesa dos direitos humanos. Em qualquer contexto, psicólogas(os) devem se comprometer a:
Consistente com esse compromisso ético e com os desafios contemporâneos, o XVI Plenário do CRP-PR, representado pela presidente da Comissão Permanente de Direitos Humanos (CDH), psicóloga Semiramis Maria Amorim Vedovatto (CRP-08/6207), apresenta à categoria uma reorganização estratégica da CDH. A proposta de organizar a CDH por Núcleos Temáticos busca aprimorar a integração, presença territorial, capacidade formativa e influência política do Conselho.
Assim, a nova organização da Comissão tem por objetivo aprofundar a transversalidade dos direitos humanos, otimizar a organização interna, ampliar o alcance político e institucional, e manter a especificidade e protagonismo de cada tema, agora em Núcleos Temáticos independentes e articulados.
A reestruturação fortalece a atuação da CDH, aumentando a integração, visibilidade e força política com respeito às agendas de direitos humanos e desenvolvendo uma rede dialógica que integra disciplinas na Psicologia, fortalecendo a criação de obras de referência técnica e o alcance do CRP-PR em apoio aos direitos humanos.
Núcleos reativados
Núcleos reestruturados
Núcleos criados
Esses núcleos são uma leitura contemporânea e interseccional dos direitos humanos e da prática psicológica, que articulam temas importantes para a dignidade humana e o fazer psi. Convidamos a categoria a participar nos núcleos – saiba mais e preencha o formulário de interesse aqui.
O XVI Plenário do CRP-PR reafirma que defender os direitos humanos é garantir vida, respeito e dignidade para todas as pessoas, valores que orientam a prática profissional e a missão institucional do Conselho. Estamos comprometidos em desenvolver uma Psicologia plural, ética e socialmente inserida, entendendo que os direitos humanos são parte integrante da vida cotidiana.
11 de dezembro de 2025
11 de dezembro de 2025
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