31 de julho de 2025

O texto, em formato de artigo de opinião, busca discutir a identificação e a forma de solução dos desafios relacionados à pandemia da covid-19, no que tange à área da Educação Física. Reafirma a importância da atividade física e busca clarear os caminhos para que o campo profissional possa atuar de forma mais evidente em relação ao poder público e à sociedade.
Durante os dias que se apresentam, temos verificado várias manifestações perante a pandemia do novo coronavírus (covid-19), algumas recomendando a suspensão das atividades e o fechamento de academias de fitness e esporte e outras contrárias a essas medidas. O confronto de posições contribui ainda mais para as disputas dualistas que se apresentam no nosso País.
Alguns discursos que podem contaminar a importância da atividade física para o desafio imposto pela covid-19 necessitam ser revistos e abandonados © Geert Pieters
Precisamos, diante da gravidade do momento – seja em relação à infectologia ou a questões econômicas –, reafirmar e reforçar a Educação Física enquanto profissão da área da saúde. Aceitando este fato, devemos reconhecer que o problema decorre de uma infecção viral que tem como principal vetor o ser humano. Neste sentido, os protocolos de biossegurança adotados por vários governos tendem a reduzir ou bloquear o contato entre pessoas, pois, obviamente, sem a circulação do vetor de transmissão o vírus seria impedido de reproduzir-se e acabaria desaparecendo ou se tornando raro com o tempo. Infelizmente, o mundo todo apresentou, exceto em países mais disciplinados, problemas relacionados às medidas de restrições de contato.
Pautado na informação inicial e para não alongar muito o texto, defendemos três atitudes iniciais e emergenciais para a área, todas entrelaçadas, quais sejam:
Conquanto esta discussão necessite de aprimoramento, com participação de outros especialistas que melhorem a identificação proposta, a iniciamos com os seguintes considerandos tipológicos:
Desta forma, consideramos a necessidade de tornar mais claro para a sociedade o papel da prática da atividade física orientada por profissional de Educação Física e, desta forma, desencadear as prioridades de atendimento e atenção que devem existir em relação aos ambientes de academia e de prática, orientadas pela questão da saúde pública e individual. Isso vai possibilitar uma nova leitura e adequação às atividades, fazendo notar que tais práticas devem ser estimuladas pelo Sistema CONFEF/CREFs, universidades e cursos de Educação Física, sindicatos e entidades de saúde pública, a fim de possibilizar melhor organização e eficácia em face da pandemia, assim como a aprovação de leis em diversas instâncias – municipal, estadual e federal –, a fim de garantir a prática de atividade física e o atendimento pelo profissional de Educação Física.
Esperamos que as ideias expressas neste artigo estimulem discussão e ações que contribuam para sociedade e para os profissionais de Educação Física.
Alexandre Janotta Drigo é bacharel em biologia e educação física (EF); mestre em ciências da motricidade pela Unesp/RC; doutor em EF pela Unicamp e orientador da pós-graduação em ciências da motricidade da Unesp. Pesquisa formação profissional em EF, atividade física e saúde, lutas e metodologia do treinamento.
Membro do Conselho Federal de Educação Física, tem 70 artigos científicos publicados no Brasil e no exterior, dez livros e 22 capítulos, entre outras produções.
É coordenador da comissão científica da FPJudô.Francisco José Gondim Pitanga Possui graduação em Educação Física, mestrado em Ciência do Movimento Humano, doutorado em Saúde Coletiva e pós-doutorado é docente do programa de pós-graduação em Ciências da Reabilitação do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA, presidente do DEFIC-SBC/BA – Departamento de Educação Física da Sociedade Brasileira de Cardiologia, regional Bahia. Tem 81 artigos científicos publicados no Brasil e no exterior, 14 livros e 8 capítulos, entre outras produções.