09 de setembro de 2025

O esporte, em sua dimensão histórica e social, representa muito mais do que uma prática recreativa ou competitiva. É um instrumento de transformação individual e coletiva, capaz de promover saúde, inclusão e qualidade de vida. Quando orientada de forma adequada, a vivência esportiva contribui para a prevenção de agravos físicos e psíquicos, fortalece vínculos sociais e ressignifica a rotina das pessoas.
Vale lembrar que o esporte é apenas uma das muitas formas de atividade física. De acordo com o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, a prática regular reduz significativamente o risco de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como hipertensão, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Ainda assim, o Brasil enfrenta um desafio preocupante: cerca de 47% da população adulta não atinge os níveis recomendados de atividade física. O alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aponta a inatividade física como a quarta principal causa de mortalidade global, reforça a gravidade do sedentarismo como problema de saúde pública.
Mas para que a população tenha acesso a ambientes seguros e adequados, é indispensável que as Secretarias Municipais de Esporte e Lazer contem com estrutura sólida, recursos permanentes e profissionais qualificados © Arquivo
Entre os idosos, o quadro é ainda mais delicado. O envelhecimento natural reduz a massa muscular, aumenta a gordura corporal e eleva os riscos de quedas e doenças degenerativas. Para esse público, recomenda-se ao menos 150 minutos semanais de atividade moderada ou 75 minutos de exercícios vigorosos, prática que ajuda a preservar a força muscular, o equilíbrio e a autonomia funcional, além de aliviar sintomas de ansiedade e depressão e melhorar a qualidade do sono.
Nesse contexto, o Profissional de Educação Física (PEF) exerce um papel insubstituível. Sua atuação vai além da prescrição de exercícios: é mediador de processos de mudança comportamental, estimulando a adesão a hábitos ativos e assegurando segurança, eficácia e personalização da prática. Com orientação técnica, motivação e acompanhamento, o PEF potencializa os benefícios do esporte e da atividade física como instrumentos de saúde, inclusão e cidadania.
“A sinergia entre profissionais qualificados e o poder público municipal é determinante para enfrentar o sedentarismo e seus impactos.”
Mas para que a população tenha acesso a ambientes seguros e adequados, é indispensável que as Secretarias Municipais de Esporte e Lazer contem com estrutura sólida, recursos permanentes e profissionais qualificados. Essas instituições são estratégicas na criação e manutenção de infraestruturas acessíveis — praças, parques, academias ao ar livre e centros esportivos comunitários — e no planejamento de políticas duradouras que garantam o uso pleno desses espaços. Além disso, cabe a elas implementar programas sociais que democratizam o acesso às práticas corporais, como o Programa Academia da Saúde, o Programa Segundo Tempo e o Esporte e Lazer da Cidade, capazes de integrar esporte, lazer e saúde em âmbito comunitário.
A sinergia entre profissionais qualificados e o poder público municipal é determinante para enfrentar o sedentarismo e seus impactos. Enquanto o PEF assegura qualidade pedagógica e segurança técnica, as secretarias municipais viabilizam o acesso democrático, garantindo que o direito ao esporte e à atividade física seja efetivamente cumprido.
Combater a inatividade física exige, portanto, a união de esforços técnicos e políticos: de um lado, os profissionais de Educação Física, conduzindo a intervenção direta; de outro, políticas públicas integradas, conduzidas pelas secretarias municipais. Essa articulação amplia a atividade física para além de uma escolha individual, consolidando-a como estratégia coletiva de saúde pública, capaz de reduzir custos do sistema de saúde, prevenir doenças e promover uma sociedade mais ativa e saudável.