Prática de exercícios físicos reduz sintomas de depressão, aponta estudo

Pesquisadores já sabiam que a prática de exercícios físicos era importante para o aumento da neuroplasticidade do cérebro e para proteção contra a depressão. Imagem © Peampath2812/Shutterstock

Apesar de os efeitos fisiológicos da depressão ainda serem relativamente desconhecidos, alguns estudos sugerem que eles podem ser causados por um prejuízo da neuroplasticidade do cérebro

Por Kaique Lima / Olhar Digital
6 de janeiro de 2022 / Curitiba (PR)

Um novo estudo demonstrou quais são os efeitos dos exercícios físicos em pessoas diagnosticadas com depressão. Os resultados mostraram que os pacientes com transtorno depressivo maior (TDM) apresentaram declínio nos sintomas clínicos após começarem a fazer atividade física regularmente.

Apesar de os efeitos fisiológicos da depressão ainda serem relativamente desconhecidos, alguns estudos sugerem que eles podem ser causados por um prejuízo da neuroplasticidade do cérebro. A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se adaptar e fazer novas conexões em resposta às experiências.

O que já se sabia

Com isso em mente, os pesquisadores da Universidade de Bochum, na Alemanha, resolveram explorar como possíveis intervenções com exercícios físicos poderiam ajudar a melhorar a neuroplasticidade do cérebro de pacientes com depressão.

Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que a realização de exercícios físicos podem aumentar a neuroplasticidade cerebral de indivíduos sem diagnóstico de depressão. Em paralelo a isso, também há evidências de que atividade física tem um papel protetor contra a depressão.

Com essas duas informações, os pesquisadores se perguntaram se atividades físicas poderiam reverter os déficits de neuroplasticidade cerebral entre os pacientes com depressão. O objetivo era avaliar se isso seria capaz de fazer com que os sintomas do transtorno fossem reduzidos.

Três dias por semana

Durante três semanas, um grupo de 23 pacientes participou de um programa de exercícios com três sessões guiadas por semana, com foco em resistência física, coordenação ou treinamento de força. O grupo viu reduções significativas nos sintomas da depressão, além de aumentos na neuroplasticidade do cérebro.

“Nós mostramos que uma intervenção de atividade física apoia a remissão dos sintomas clínicos e normaliza a neuroplasticidade”, disseram os autores. Os pesquisadores também afirmaram que existem diversos aspectos que ligam a depressão à menor plasticidade sináptica do cérebro.

Uma dessas razões está relacionada com sintomas característicos da depressão, como a perda de interesse por exercícios físicos e o retardo psicomotor. “A falta de atividade física e cognitiva e de interação social priva o cérebro de estímulos importantes”, dizem os pesquisadores.

Portanto, de acordo com os pesquisadores, melhorar a plasticidade do cérebro por meio de exercícios físicos pode ser um tratamento auxiliar para a melhora dos sintomas do transtorno depressivo maior.

Via: PsyPost